Paulo Medina diz estar "tomado de indignação"

O site Consultor Jurídico publicou ontem uma carta enviada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina, na qual se diz "inocente" e afirma estar "tomado de indignação".

"Não sou juiz de sentenças vendidas ou de propinas pagas. Sou magistrado e, nas pegadas do caminho, estão as marcas definitivas de minha retidão e caráter, honra e trabalho."

Ele também afirmou que nunca praticou atos de corrupção. "Abomino os que se corrompem, os subservientes e os pusilânimes. Estou tomado de indignação àqueles que, pela vociferação da má-fé ou da inveja, da calúnia e menosprezo a honra, empenham-se na minha destruição pessoal."

No final da carta, Medina diz que a "imputação de crime é a tarja negra que nunca será retirada do peito de um magistrado acusado de corrupção".

Ontem, o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu abrir ação penal contra cinco investigados no inquérito sobre a venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia dos caça-níqueis e dos bingos.

Além de Medina, responderão a processo Virgílio Medina (irmão do ministro do STJ), João Sérgio Leal Pereira (procurador regional da República), José Eduardo Carreira Alvim (ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região) e Ernesto da Luz Pinto Dória (desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo).

Com isso, eles responderão a processos criminais por participação no esquema da máfia das sentenças. O suposto esquema foi desarticulado pela Operação Hurricane, da Polícia Federal.

Medina responderá a processo pelos crimes de corrupção passiva e prevaricação --retardar ou deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesse pessoal. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento com a máfia das sentenças.

De acordo com a denúncia, o ministro afastado teria recebido R$ 1 milhão para emitir decisões que liberavam máquinas de caça-níqueis no Rio.

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