Arruda se entrega após ter prisão decretada pelo STJ

Chefe do Executivo do Distrito Federal é o primeiro governador preso no exercício do cargo

Vannildo Mendes e Mariângela Gallucci - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), já se entregou à Polícia Federal. Arruda e mais cinco pessoas tiveram a prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça nesta quinta-feira, 11. 

Por 12 a 2, a Corte Especial do tribunal acompanhou o voto do relator do caso, ministro Fernando Gonçalves, aceitando o pedido de prisão feito pelo Ministério Publico. Ele é acusado de tentar corromper testemunhas e obstruir a Justiça no processo que investiga esquema de corrupção desmantelado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

O esquema, revelado pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, que deu origem ao inquérito no STJ, consistiu na arrecadação de dinheiro junto a empresas contratadas pelo governo e distribuição de propinas e secretários e deputados distritais. A acusação de obstrução da Justiça se refere a tentativas de compra de testemunhas para que contestassem, em depoimento oficial, as denúncias feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que gravou em vídeos várias cenas em que Arruda e outros recebem maços de dinheiro que seria de propina.

Na última quinta-feira, 4, o servidor do governo do Distrito Federal Antonio Bento foi preso ao tentar entregar R$ 200 mil ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, que possuiria cópias dos vídeos em que políticos do DF e o próprio Arruda aparecem recebendo dinheiro vivo.

Além de Arruda, a decisão do ministro determina a prisão de mais cinco pessoas, pelas mesmas acusações: tentativa de corromper testemunhas e obstruir a Justiça. São eles: o ex-deputado Geraldo Naves, o ex-secretário de Comunicação do governo DF, Wellington Morais, o diretor de operações das Centrais Elétricas de Brasília, Haroldo Brasil de Carvalho e o sobrinho do governador, Rodrigo Arantes. Outro acusado, Antonio Bento, já havia sido preso em flagrante ao tentar subornar Edson Sombra, testemunha do escândalo investigado pela Polícia Federal.

Atualizado às 17h42 para atualização e acréscimdo de informações